sexta-feira, 7 de maio de 2010

Um Sonho, Um Conto

Por Joséli Costa Jantsch Ribeiro

Epílogo - Prece do Belo Caminho:

Hoje saio a caminhar
Hoje todo o mal me abandona
Hoje sou um novo ser
Tenho uma brisa fresca a percorrer-me o corpo
Tenho o corpo leve
Estou feliz Nada me impede Caminho...
Caminho com a Beleza à minha frente
Caminho com a Beleza atrás de mim
Caminho com a Beleza abaixo de mim
Caminho com a Beleza acima de mim
Caminho com a Beleza ao meu redor
Belas são as minhas palavras.
(Autor desconhecido)


Capítulo I - O Bosque

Em julho de 2003, após participar de um mini-curso sobre os “Florais Nona Essêncya”, sonhei com um caminho, mas não um caminho qualquer. O caminho do meu sonho ficava em um lindo bosque que, em muito, lembrava os jardins impressionistas de Claude Monet.
Aquele era o amanhecer de um novo dia, o sol despontava no horizonte e seus raios tímidos ao se encontrarem com as gotas de orvalho, que insistentemente ainda repousavam sobre a relva, formavam lindos prismas de luz.
Lembro-me de haver, naquele bosque, toda a sorte de árvores frutíferas, além de belas e perfumadas flores e muitos animais silvestres. Mas, o mais importante, é claro, é que lá, também havia uma menina, uma quase-mulher, não sei se nascida, mas certamente criada na cidade grande, trajando um vestido branco, simples, leve e delicado.
O que uma menina, como aquela, poderia estar fazendo ali? Afinal, ela parecia um tanto assustada, cheia de dúvidas, ou talvez, quem sabe, estaria ela apenas surpresa por estar ali, num mundo que, apesar de ser tão diferente do seu era, aos seus olhos curiosos, tão belo e sedutor!
Bem, somente posso lhes dizer que, após superar o receio inicial, a menina decidiu percorrer a alameda que entrecortava o bosque. E, enquanto caminhava alegremente por ela, buscando avidamente captar cada detalhe, desde o colorido das frutas e do perfume das flores, até mesmo, todo e qualquer ruído emitido pelos animais, sentiu que, de certa forma, aquele não lhe era um caminho totalmente desconhecido e, então, uma imensa tranqüilidade apoderou-se de seu coração, pois naquele instante teve ela a certeza de estar voltando para casa.


Capítulo II - O Encontro:

No céu, de um azul arrebatador, não havia uma nuvem sequer; nele, apenas e tão somente, eram vistos alguns bandos de pássaros que chegavam, um a um, ao bosque, em busca de alimento e descanso.
E, em meio ao êxtase, ouviu, ao longe, um som que em muito lembrava o de uma cachoeira. Muito curiosa, apressou o passo e, após alguns minutos, deparou-se com a mais bela de todas as quedas d’água.
Como seria de se esperar, seu primeiro impulso foi o de nadar ao encontro daquela maravilha. Entretanto, não o fez, pois, quase que imediatamente, caiu em si, percebendo que, apesar das águas da cachoeira serem límpidas e cristalinas, as do lago que a circundava não eram em nada convidativas, eram turvas, quase lodosas.
Seu coração se inquietou, não sabia o que fazer, por mais que desejasse chegar à cachoeira, em nada lhe agradava a idéia de nadar em águas tão assustadoras quanto misteriosas.
Olhou ao redor, à margem do lago avistou uma pedra, sentou-se sobre ela, fechou os olhos e, por alguns instantes, deixou-se invadir pela energia solar e pelo canto dos pássaros.
Enquanto meditava, tentando sem sucesso achar uma solução àquele impasse, surgiu da mata um rapaz que, como ela, trajava roupas campestres e trazia consigo uma cesta.
Mansamente, sem fazer qualquer ruído, ele aproximou-se da menina que, somente, abriu os olhos quando ele tocou-lhe os ombros delicadamente. Então, após o susto inicial, ele pediu à bela menina que, sem medo, o acompanhasse.
Continua...
Atualizado: 02.09.2005

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